DOM JOSÉ PEREIRA ALVES, TERCEIRO BISPO DA DIOCESE DE NATAL
O Dom JOSÉ PEREIRA ALVES, Nasceu em Palmares-PE, em
05.03.1885, filho de Ildefonso Pereira da Costa e d. Maria Pereira Alves. Fez
todos os seus estudos no Seminário de Olinda, sendo ordenado sacerdote (1907)
pelo Arcebispo daquela cidade, Dom Raimundo da Silva Brito. Era Protonotário
Apostólico quando foi nomeado (1923) Bispo da Diocese de Natal pelo Santo Padre
Papa Pio XI, em substituição a Dom Antônio Cabral (V. “CABRAL, Dom Antônio dos
Santos”, Século XIX). A sua sagração episcopal ocorreu em Recife (04.03.1923),
na Basílica de Nossa Senhora do Carmo, em cerimônia oficiada pelo então
Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Miguel de Lima Valverde. Anteriormente fora
reitor e professor do Seminário de Olinda, Deão do Cabido Eclesiástico, Vigário
Geral Capitular, catedrático de vários estabelecimentos de ensino em
Pernambuco, diretor do jornal “Tribuna Religiosa” e das revistas “Maria” e “Mês
do Clero”. Era membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de
Pernambuco e vice-Presidente da Academia Pernambucana de Letras. Em Natal, sua
posse deu-se a 17 de junho daquele ano (1923), em solenidade a que esteve
presente a comunidade oficial local, além de representantes de Estados
vizinhos. Dom José era notável orador sacro. Aos domingos, durante a Quaresma,
costumava realizar conferências, na Catedral, abordando temas científicos
aplicáveis à religião; invariavelmente, mesmo no recinto do templo era
aplaudido, tal a singularidade de sua pregação. Em sua Carta Pastoral (1923),
saudando os diocesanos, iniciou com uma exaltação à cidade - Princesa do
Potengi, em sua entusiástica eloqüência -, da qual extraímos os seguintes
trechos: Vamos exercer o múnus pastoral numa terra ilustre, terra batizada em
sangue de mártires, terra de liberdade, de honra, de civismo, fecundada em
inteligência e em coração (...). Mais adiante: Vamos rever e beijar nossa
encantadora cidade episcopal, linda pelo seu batismo católico e pela sua
história sob a proteção maternal da Excelsa Senhora da Apresentação (...). E
encerra, no mesmo nível de sublimação: Iremos queimar o incenso, oferecer o
ouro e a mirra sobre esse altar perfumado de glórias cristãs e patrióticas em
honra do Cristo Deus nascido entre os homens (citado por Mons. Severino Bezerra
em Levitas do Senhor, Vol. II, p. 90). Quanto às suas atividades específicas,
embora a curta permanência nesta cidade (menos de cinco anos), consta que
operou avanços nos processos administrativos e de ensino no Seminário de São
Pedro; fundou um jornal da Sé - “Diário de Natal” -; enfatizou a juventude, no
encaminhamento do seu apostolado; realizou visitas a todas as paróquias da
Diocese; criou, inclusive, a Paróquia do Coração de Jesus, em Mossoró, e
ordenou seis padres, afora outras iniciativas. Foi, também, membro do Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Transferido para a Diocese de
Niterói (1928), ali viria a falecer em 21 de dezembro de 1947.
FONTE
– FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO E INTERNET